FCA inicia parceria para implementação da eletromobilidade no Brasil
A Fiat Chrysler Automóveis (FCA), grande grupo automotivo dono de empresas como Ferrari, Fiat e a Jeep, anunciou recentemente uma parceria com a Enel do Brasil, empresa de soluções energéticas, para a implementação do e-Mobility, um projeto que pretende fornecer a estrutura necessária para acolher o crescente movimento da eletromobilidade no país.
Esta é uma das iniciativas globais da FCA para incentivar a mobilidade sustentável e o Brasil é o primeiro país fora da Europa a recebê-la. Além do lançamento de novos veículos elétricos e híbridos em 2021, como o 500e da Fiat e o Compass Hybrid, da Jeep, as marcas vão investir na disseminação de pontos de recarga e oferecer uma nova visão sobre mobilidade.
“O diferencial do e-Mobility é oferecer uma solução integrada. Estamos criando um novo conceito de interação dos usuários dentro da mobilidade e o veículo é peça importante deste processo. É fundamental entendermos o carro como uma plataforma, muito além do meio de transporte, mas também a forma de conectar diferentes soluções que irão melhorar significativamente a experiência do consumidor” ressalta o diretor de Portfólio, Pesquisa e Inteligência Competitiva da FCA, Breno Kamei.
Com o e-Mobility, a vida dos usuários de veículos elétricos pretende ser simplificada, pois eles poderão realizar suas tarefas diárias em um só lugar, com diversas soluções avançadas em eletrificação, carregamento fácil, conectividade e segurança.
Para isso, além da Enel X, a FCA está buscando parcerias de diversos segmentos, produtos e serviços, que se identifiquem com seu propósito de promover o uso dos veículos elétricos e incentivar a sustentabilidade nas cidades.
O movimento da eletromobilidade
O mercado de veículos elétricos cresce no mundo inteiro e já provoca transformações na indústria automobilística e no transporte das cidades. Em 2020, suas vendas cresceram 43% segundo a consultoria sueca EV-volumes.
A previsão é de que em 2021, três em cada 100 carros vendidos sejam completamente elétricos ou híbridos e, que em 2030, sua participação alcance 25% do mercado, segundo publicação da revista The Economist.
Enquanto as grandes marcas de automóveis como BMW, Audi, Mercedes-Benz, Porsche, Volvo e Ford investem na fabricação e disseminação dos modelos elétricos, diversos países colocam metas de proibição de venda de veículos à combustão. Na Holanda sua venda será proibida a partir de 2025, na Alemanha em 2030, no Reino Unido a partir de 2035 e nos Estados Unidos a data é 2040.
No Brasil, a venda de veículos elétricos bateu recorde no ano passado, com um crescimento de 60% segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
O crescimento da eletromobilidade inicia-se como uma necessidade ambiental, já que o Acordo Climático de Paris coloca como meta diminuir pela metade as emissões de carbono até 2030, para que os grandes desastres naturais sejam evitados. Porém, os motivos vão além.
Em primeiro lugar, a economia, já que há menos custo com manutenção e abastecimento, e incentivos para o motorista, como isenção de rodízio e reembolso de parte do IPVA, além de maior eficiência e performance do seu motor, que entrega torque máximo instantaneamente e menos desperdício de energia.
"Um motor de combustão é muito pouco eficiente, apenas 30% do combustível é realmente utilizado, o resto é jogado fora em forma de calor. Já em carro elétrico aproveita de 90 a 95% da energia", afirma Egomar Locatelli, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Caxias do Sul.
A micromobilidade como peça chave
Para funcionar, o veículo elétrico é carregado a uma rede de energia, que pode ser tanto de pontos de carregamento (como do projeto e-Mobility), quanto na doméstica. Como a infraestrutura para o modal ainda é precária no Brasil, recomenda-se que os motoristas deixem o automóvel carregando durante à noite, que nem um aparelho celular, para seu uso no dia seguinte.
Nessa questão, a micromobilidade entra como uma ótima opção de transporte sustentável, econômico e de fácil e rápido carregamento.
Micromobilidade é um termo usado para se referir à viagens de até 10 km de distância, com o objetivo de realizar tarefas do dia a dia e chegar a compromissos utilizando veículos individuais elétricos ou sem motor que atingem até 25 km/h (como patinetes elétricos, Ninebot S, monociclos elétricos, triciclos, bicicletas, skates, longboards, patins, etc).
Esse tipo de transporte oferece além dos benefícios descritos acima, uma maior agilidade no trânsito, facilidade para estacionar, ausência de restrição de circulação, além do preço, que é inferior entre os automóveis.